segunda-feira, 16 de julho de 2007

Joel Malucelli quer consenso para assumir FPF

Em entrevista a uma rádio de Curitiba, o empresário e presidente do J. Malucelli, Joel Malucelli, admite a intenção de presidir a FPF, pede apoio de todos os clubes e até do afastado Onaireves Moura, diz que a indicação da Arena da Baixada para sediar a Copa de 2014 foi acertada e detona o projeto de Giovani Gionédis de levar o Coritiba para um "novo" Pinheirão. Confira a matéria publicada na Tribuna do Paraná desta segunda-feira:

Malucelli quer apoio de Moura pra concorrer à presidência da FPF
Joel Malucelli abriu o jogo. O empresário admitiu a intenção de presidir a Federação Paranaense de Futebol (FPF), mas frustou quem espera uma nova mentalidade na administração do esporte no Estado. Joel quer o apoio do ex-presidente Onaireves Moura, afastado pela Justiça Desportiva, e diz ser indispensável a participação da atual diretoria em um novo mandato.
Em entrevista à Rádio Paraná, após o jogo entre J. Malucelli e Rio Branco, na tarde de ontem, Joel avisou: é candidato a assumir a entidade a partir de abril de 2008, mas não quer bate-chapa. Só aceita ser conduzido ao cargo por um consenso entre os filiados. “Não é meu projeto de vida presidir a FPF, mas se me chamarem, vou ajudar. Se todos se unirem, estarei lá. Mas se for para fazer um futebol rachado, estou fora”, afirmou.
A união pretendida por Joel inclui Onaireves Moura, controvertido cartola que dirigiu a FPF por 22 anos e foi recentemente suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Moura pegou um gancho de 6 anos, por sonegação fiscal e desvio de verbal, e cedeu seu lugar ao vice Aluízio Ferreira, que vai conduzir a entidade até o fim do atual mandato. “Penso em ter o apoio do Moura, sim. Queira ou não, ele fez uma administração boa. Acho que é indispensável que ele e todos que dirigem a FPF, atualmente, estejam juntos para participar”, admitiu Joel.
O empresário também defendeu a manutenção da atual estrutura política da entidade, que iguala clubes profissionais e amadores. “Pobres e ricos têm de ter o mesmo peso. O esporte é o mesmo”, justifica.
As ligas amadoras são apontadas pelos críticos de Moura como seus “currais eleitorais”. Dirigentes de clubes denunciam, inclusive, a existência de ligas “fantasmas”, criadas apenas para dar sustentação eleitoral ao antigo dirigente.
Copa na Baixada
Ex-presidente do Coritiba, Joel criticou os planos do atual mandatário alviverde. Giovani Gionédis quer construir um novo estádio para o Coxa, no local onde hoje está o Pinheirão, principal patrimônio da FPF. “Eu não sei o que faria com o Pinheirão, mas acho que o que o Coritiba está querendo não é justo. O clube já tem seu estádio e essa história de fazer um mais moderno é balela. Ninguém vai investir em um projeto caro. Nossa economia não permite isso”, acredita.
Joel também elogiou a indicação da Arena da Baixada como palco da Copa do Mundo de 2014, considerada por ele a melhor alternativa para que Curitiba seja confirmada como uma das sedes. “O estádio do Atlético é sem dúvida o mais habilitado. Temos que admitir isso e trabalhar juntos para trazer a Copa para cá”, concluiu.
* * *
Joel Malucelli é um dos poucos nomes em condições de assumir e moralizar a FPF. E está certo em pedir consenso entre os clubes em torno de um nome único. Só erra ao querer Moura ao seu lado. É melhor deixar Onaireves de fora se quiser ter o apoio pretendido.

terça-feira, 10 de julho de 2007

O "Itamar Franco" paranaense

Esta saiu na Gazeta do Povo de hoje:

Presidente-tampão tem cargo oficializado

Aluísio Ferreira está mantido no cargo de presidente da Federação Paranaense de Futebol. O “Itamar Franco” do futebol do estado teve o mandato tampão oficializado ontem, após uma reunião com a diretoria da FPF – ainda ligada à gestão Onaireves Moura.

Ferreira foi escolhido pelos demais vice-presidentes (Adroaldo Araújo, Aristides Mossambani, Jorge Dib Sobrinho e Lino Rodrigues) para ficar no poder até abril de 2008, quando venceria mais um mandato de Moura, que comandou a Federação por 22 anos. “Quero agradecer aos companheiros pela confiança”, disse o mandatário-tampão, prometendo logo de cara informatizar a entidade: “Temos de modernizar. Os problemas do Moura começaram ali (na falta de informatização), como por exemplo no caso do Rio Branco”.

Ele se referiu à eliminação do Leão na Copa do Brasil em função de uma falha no departamento de registros da FPF. O novo presidente também prometeu sindicâncias para apurar erros nos departamentos.

A auditoria na FPF ficou em segundo plano. Ferreira disse que considera necessário apurar os desvios de conduta na entidade, mas por ora... “Estamos sem recursos financeiros”, admitiu, logo emendando: “Isso não pode deixar de ser feito, para que todos saibam o que acontece aqui dentro. Ele não quis falar em sucessão. Disse que a preocupação maior é sanear a Federação e reabrir o Pinheirão. E afirmou que quer romper os laços com Onaireves Moura. Ao menos em partes. “Administrativamente sim. Agora, pessoalmente, não. Não tenho como negar que sou amigo dele”, disse. O presidente confirmou que mantém contatos com Moura. “Eu tenho conversado com ele. É rotineiro, mas de acordo com a necessidade”, disse, explicando: “Por exemplo, o contrato do Estadual com a TV, os rombos financeiros...”.

A comparação com Itamar Franco tirou risadas de Aluísio Ferreira. Ele assume após denuncias de corrupção, como o ex-presidente, vice de Fernando Collor. Mas não havia pensado nas similaridades. “Eu não havia pensado assim ainda, até porque qualquer um dos vices podia assumir”, disse. E logo confessou: para quem tem como maior experiência, o comando da Liga Amadora de Ponta Grossa assumir a principal cadeira no futebol do Paraná foi um susto. “Essa ascensão foi surpresa. Como o Itamar, vice é vice. E o Jô Soares dizia: 'você já viu alguma rua com nome de vice?'”, questionou, na esperança de fazer história no comando da FPF.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Futebol paranaense de novo enrolado no tapetão

Saiu na Tribuna do Paraná de hoje:

Tapetão "rebaixa" Real e faz Foz entrar pra elite
Demorou, mas o tapetão voltou a mudar o destino da Divisão de Acesso paranaense. Acatando uma queixa antiga do Toledo, a 1.ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva puniu ontem o Real Brasil com a perda de seis pontos pela utilização irregular de um jogador. O grande beneficiado é o Auritânia Foz do Iguaçu, novo integrante da elite - pelo menos até o julgamento do recurso.
De acordo com a denúncia, o Real Brasil usou o jogador Rodrigo Guedes da Silva antes que o nome dele fosse publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF. A comissão disciplinar concordou e condenou o time do empresário Aurélio Almeida à perda de seis pontos no quadrangular final da Segundona, como determina o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Com a punição, o Real cai da 2.ª para a 4.ª e última colocação na fase decisiva. Já o Foz sobe do 3.º para 2.º posto, garantindo um lugar na Série Ouro de 2008 e na atual edição da Copa Paraná. O Real ainda poderá recorrer da decisão no pleno do TJD-PR, e depois no STJD, no Rio de Janeiro.
O caso poderá prejudicar a continuidade da Copa Paraná, cuja segunda rodada termina neste final de semana. O Foz tentará entrar no torneio, enquanto o Real Brasil dependerá de um efeito suspensivo para continuar na disputa. Se o resultado do julgamento de ontem for mantido, a partida de estréia do Real (derrota de 1 a 0 para o Iraty) deverá ser desconsiderada. A Federação Paranaense de Futebol - FPF define hoje se cancela ou não jogo entre Real Brasil x Portuguesa Londrinense, marcado para domingo, em Ponta Grossa.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Falemos um pouco de Pan

Este blog foi criado para falar do futebol paranaense. Porém, já que estamos às vésperas dos Jogos Pan-Americanos, pedimos licença aos poucos - mas assíduos - leitores deste blog para abrir a discussão também sobre esta competição.
Por isso, publicamos aqui um artigo do jornalista Juca Kfouri publicado originalmente no Correio Caros Amigos. Leitura recomendadíssima:
Estamos às portas do Pan
por Juca Kfouri
Do Pan dos desatinos, do orçamento estourado quatro vezes.
Porque, segundo as autoridades, o Rio foi preparado para muito mais, para ser sede da Olimpíadas.Mesmo que não se tenha saneado a baía da Guanabara, a lagoa Rodrigo de Freitas, não se tenha ampliado o metrô nem o transporte de barcas, nada, embora tudo tenha sido prometido. A chance de o Rio ser sede de uma Olimpíada nos próximos 20 anos é zero.
Mas estamos às portas do Pan. Relaxe e goze, pois, como diria o..., como diria a... Afinal, o estupro foi mesmo inevitável. E a gente gostamos de esporte.
Ainda bem que teremos um maravilhoso torneio de futebol no Engenhão, com a Seleção Brasileira...sub-17.
Felizmente os norte-americanos vêm com seu quinto time de basquete, se tanto, e os argentinos, campeões olímpicos, com o terceiro, se tanto. Porque o nosso time de basquete também será o segundo, se tanto, já que nenhum dos nossos que jogam na NBA virão.
A vontade que dá é a de seguir no caminho da ironia. Mas não dá. Porque o que dá é raiva. Raiva da chance que o Brasil desperdiça ao não fazer do Pan uma oportunidade de inclusão social por meio do esporte. Raiva de ver essa cartolagem que nos assola nadar de braçada no dinheiro público e mentir sem pudor.
Houve até quem dissesse (o ministro do Esporte, Orlando Silva) que o planeta estará de olhos voltados para o Rio. Mas na Europa nem se sabe o que é o Pan. E nem mesmo em países como Estados Unidos ou Argentina, que dele participam, a competição desperta qualquer interesse. Quem dirá na Ásia, na África, na Oceania!
O Pan era para ser evento nosso, muito nosso, para estimular essa gente bronzeada a entender o valor da prática esportiva. Uma competição para cidades como Salvador, Recife, Belo Horizonte, Curitiba, Floripa, Porto Alegre, talvez, Brasília. Jamais para o Rio ou São Paulo.
Vamos viver dias, isto sim, de hipocrisia explícita. A TV aberta, sócia do Pan e, portanto, absolutamente acrítica em relação aos seus milhões de pecados, exaltará o ouro dos tolos e criará uma expectativa que tornará os Jogos Olímpicos de Pequim, no ano que vem, palco de grande frustração nacional. Porque os resultados que aqui acontecerão, com raras exceções, se houver, não significarão rigorosamente nada em relação às marcas mundiais.
O Pan, enfim, é um evento menor. Maior torna-se o escândalo do dinheiro nele investido. E as CPIs, tanto municipal, quanto estadual e federal, inevitáveis. Mas devolver o dinheiro do povo que é bom, nem pensar.
Estamos às portas do Pan.
Não é para amá-lo nem deixá-lo, que não somos disso. Mas deveremos cobrá-lo. Até o fim.

O fim da FPFTV

Matéria de hoje na Tribuna do Paraná:
FPFTV está fora do ar
Carlos Simon
Mergulhada em dívidas e com as fontes de renda prejudicadas, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) prepara-se para uma era de austeridade financeira, em contraste com o “luxo” esbanjado até então. A primeira vítima do corte de gastos simboliza bem a mudança administrativa em relação à gestão anterior: a FPFTV, menina dos olhos do ex-presidente Onaireves Moura.
Dos sete jornalistas que compunham a equipe, cinco foram dispensados esta semana. Por enquanto, a FPFTV abandona as transmissões ao vivo e produzirá apenas programas de estúdio. Um choque drástico para o projeto que havia se tornado a nova obsessão de Moura - salários de funcionários chegaram a atrasar para o custeio das transmissões. “A FPFTV era deficitária. Com menos gente dá para tocar, porque é um bom negócio”, falou o presidente em exercício da FPF, Aluizio Ferreira, que não descarta reativar as transmissões via internet, desde que haja possibilidade de receita.
A última partida que seria exibida pela web-emissora - Real Brasil x Iraty, pela Copa Paraná - não foi à rede por problemas técnicos.
Inaugurada durante a Divisão de Acesso de 2006, a FPFTV chegou a transmitir quatro jogos por rodada no Estadual-2007 - o que exigia grande estrutura humana material. Mas os anunciantes não eram de grande porte e o número de pacotes vendidos foi mínimo.
A aposta em projetos insustentáveis financeiramente foi uma das marcas da administração Moura - sua maior obra, o Pinheirão, é o exemplo típico. As dívidas se acumularam e hoje a Federação, inadimplente com a Prefeitura, o INSS, a Receita Federal e outros órgãos, tem as receitas penhoradas judicialmente. Erro que o sucessor temporário não pretende repetir. “É preciso tomar algumas posições”, afirma Aluizio, que, além dos profissionais da FPFTV, autorizou a demissão de uma funcionária do TJD, que era bancada pela Federação. Parte da estrutura da FPFTV será redirecionada para o projeto de informatização da Federação.
Aluizio garantiu ainda que a assembléia entre os cinco vice-presidentes, que escolherão um deles para comandar a Federação até abril de 2008, acontece até a metade da próxima semana.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

A fuga


Charge de Tiago Rechia, hoje, na Gazeta do Povo.